Como a inteligência artificial pode transformar a prática de conversação em línguas estrangeiras para oferecer uma experiência personalizada, motivadora e inclusiva? Essa foi uma das perguntas que nortearam o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Guilherme Augusto Weissheimer, diplomado em Engenharia de Software pela Universidade do Vale do Taquari - Univates. A pesquisa de Weissheimer foi orientada pelo professor Edson Moacir Ahlert.
Weissheimer identificou que muitos estudantes enfrentam desafios ao tentar desenvolver habilidades de conversação em línguas estrangeiras, o que pode ser atribuído a fatores como falta de acesso a cursos presenciais ou a aulas com falantes nativos e ausência de confiança e motivação para iniciar e manter uma prática regular de novos idiomas. Diante dessa realidade, propôs-se o desenvolvimento de uma plataforma de conversação com inteligência artificial, que utiliza tecnologias de reconhecimento de voz e processamento de linguagem natural para criar interações realistas e personalizadas adaptadas ao nível de proficiência dos usuários.
Além de interações personalizadas e realistas, a plataforma também foi projetada para fornecer feedbacks imediatos e adaptativos durante as conversações, oferecer um ambiente seguro e motivador para a prática do idioma estrangeiro (inglês), dispor de funcionalidade de transcrição para análise das interações e contar com uma interface intuitiva e acessível a estudantes de diferentes níveis de proficiência. Os acadêmicos que avaliaram a viabilidade da aplicação foram selecionados em novembro de 2024, por meio de convites enviados pelas redes sociais e em turmas dos cursos de graduação da área de Tecnologia da Informação da Univates.
Os estudantes receberam um formulário dividido em três seções: a primeira explorava anonimamente o perfil dos respondentes, a segunda investigava suas experiências com tecnologias de aprendizagem e a terceira continha um vídeo de apresentação da plataforma de conversação. Os questionários aplicados ajudaram a identificar que, por exemplo, 38% dos acadêmicos têm nível básico/iniciante de inglês e que 54% não utilizam ferramentas baseadas em inteligência artificial, como chatbots ou assistentes de voz.
Apesar da necessidade de alguns ajustes para atender aos usuários, 94% dos acadêmicos concordaram que a plataforma realmente facilita o aprendizado do idioma, destacando-se como um recurso promissor para o desenvolvimento da conversação em língua inglesa. Além disso, 46% dos estudantes relataram uma experiência natural ao interagir com a aplicação, como se estivessem conversando com uma pessoa real, e 70% afirmaram que a ferramenta os motivou a praticar o idioma com mais frequência.
A pesquisa desenvolvida por Weissheimer demonstrou que a inteligência artificial pode ser usada para criar experiências inovadoras e inclusivas no processo de aprendizagem de línguas estrangeiras. Em um mundo cada vez mais globalizado e digital, soluções como a proposta pelo diplomado mostram-se fundamentais para superar barreiras educacionais e promover o acesso ao conhecimento.
Leia a monografia na íntegra clicando aqui.
Os bastidores da pesquisa
Nos depoimentos abaixo, Weissheimer e Ahlert compartilham detalhes sobre o desenvolvimento da plataforma de conversação e as expectativas para o futuro da aplicação. Confira.
Minha própria dificuldade em praticar conversação foi o que despertou o interesse por esse tema. Entendi desde cedo que muitos estudantes compartilham das mesmas inseguranças. Isso me levou a buscar uma solução prática, baseada em tecnologia, que pudesse tornar esse processo mais acessível. Ver esse trabalho tomando forma e recebendo reconhecimento reforça minha convicção de que a inteligência artificial tem um papel transformador na educação. Espero que ele inspire outras iniciativas e ajude a construir caminhos mais eficientes para o aprendizado de idiomas. - Guilherme Weissheimer
A proposta do Guilherme demonstra uma compreensão técnica e sensível de um dos principais desafios enfrentados no ensino de línguas: a dificuldade de transformar a teoria em prática, especialmente na conversação. O uso de inteligência artificial para mediar esse processo representa uma inovação com potencial real de impacto educacional. Ao longo da orientação, observei o comprometimento e a capacidade de adaptação do estudante diante dos desafios técnicos e metodológicos. Acredito que este trabalho sinaliza caminhos promissores não apenas para o ensino de idiomas, mas para a aplicação responsável e criativa da IA na educação. Parabéns ao Guilherme, foi um ÓTIMO TRABALHO! - Edson Moacir Ahlert